quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A velha questão...

O que é realmente importante? Sem dúvida que é uma boa questão, para além de nos fazer pensar, demonstra o quanto somos diferentes na forma como definimos as nossas prioridades. Se para alguns de nós é importante evoluir e ser cada vez melhor naquilo que fazemos, mesmo que não estejamos na profissão de sonho, para outros um bom ordenado, o reconhecimento e até desresponsabilização são fundamentais. Mas independentemente daquilo que move cada trabalhador, uma coisa é certa se não houver motivação os trabalhadores serão o maior limite a uma empresa.

Mas sem dúvida que é preciso exigir mais e melhor de uma equipa de operadores que tem como principal objectivo prestar um serviço de qualidade. Como todos os trabalhadores, também nós profissionais do telefone temos regras e normas que têm de ser cumpridas. Não é desculpa usar ordenado ou as más condições contratuais para termos comportamentos menos correctos. No entanto, e após as exigências feitas, não nos é permitido ter uma voz activa no derrubar das barreiras. Não digo que as nossas reclamações não sejam ponto de discussão e até mesmo de análise por quem de direito, mas só quem ouve todos os dias a voz da insatisfação pode perceber a nossa sede de mudança.

Não pretendo derrubar hierarquias, nem motivar uma anarquia. Quero tornar cada vez mais relevante a voz por detrás do headset, quero sentir que somos importantes e que temos oportunidade de ultrapassar fronteiras.

Às vezes penso se estes meus apelos têm sentido…pergunto-me se serão um mal comum ou um devaneio de uma louca que acredita que pode mudar o mundo. Não sei…mas acho que já estou a evoluir, já não apenas a voz mas também a escrita!
Até breve!

4 comentários:

Ricardo Mendes disse...

Aplausos pra ti minha querida... por teres a força e a vontade pra começar a mexer as palhinhas por baixo dessa grande questão!
Lembra-te sempre que nos devaneios de um louco é que tudo pôde começar um dia em alguma parte... Nada que seja realmente bom começa logo em grande... porque tudo o que começa de cima, tem tendência natural a descer... mas tudo o que começa com a força de um saplico na água pode evoluír pra uma onda, dias, meses ou anos mais tarde.
Eu Acredito!!!
Beijãooooooooo

BVSF disse...

Claro que o operador não se pode sempre queixar das más condições de trabalho e do pouco que ganha... mas também no que diz respeito a um bom funcionamento de uma empresa os funcionários têm que se sentir bem e úteis no trabalho que fazem. Porque não acredito que ninguém se contente em trabalhar em algo que odeie apenas porque ganhe bem, pelo menos durante muito tempo, somos seres humanos logo não conseguimos estar muito tempo nessa situação. Se calhar o que podemos ver é ok a nível do salário não aumenta? então que seja dada uma outra regalia, algo que consiga manter o operador motivado. E digo operador como pode ser um motorista da carris ou outra profissão qualquer. Por mais que custe sem os funcionários a empresa não funciona então vamos arranjar soluções para que todos fiquemos a ganhar. Não dá de uma maneira há de dar de outra.

Fui

Anónimo disse...

À 1:30 não consigo se calhar dizer muita coisa de jeito, mas para quem na hierarquia está do outro lado, vê-se coisas que tu do teu nem imaginas. Em todo o caso, os teus apelos fazem sentido, especialmente quando as barreiras que tu tens de ultrapassar estão onde tu menos pensas. Apesar de inteligente e esperta, ainda estás muito verdinha, já te disse que tens de conseguir compreender o que vai para além da tua vista imediata.

FS

Autora de Si disse...

Verdinha? Sem dúvida…tenho uma vida inteira para amadurecer. Sei que as minhas questões e as minhas revoltas são fruto de uma experiência restrita. Sou ingénua em pensar que posso mudar o mundo, mas suficientemente inteligente para perceber que o mundo dos contact centers é muito mais do que atender telefones. Sei que não conheço nem metade do funcionamento interno destas empresas, mas uma coisa certa conheço bem a realidade da linha e isso permite-me questionar todas incoerências que existem. Não tenho dúvidas que somos “carne para canhão”, e que apesar de a oferta ser maior que a procura nada justifica o fraco investimento das empresas nos seus trabalhadores.
Mas quem sabe se um dia não vou estar do outro lado, e alargo os meus conhecimentos a toda esta realidade? O tempo o dirá…enquanto isso continuo a defender a minha classe, quem sabe se não conseguimos passar algumas barreiras.

Até breve!