sábado, 28 de novembro de 2009

Procuram-se Estagiários!


Na passada 5ºfeira, dia 26 de Novembro, o Conselho de Ministros aprovou o programa de 5 mil estágios para licenciados na administração pública. O Governo através deste programa pretende abranger “os jovens licenciados, com idade até 35 anos, que procuram o primeiro emprego, que se encontrem desempregados ou que exerçam uma actividade profissional que não corresponda ao seu nível de qualificação e que esteja associada a elevado nível de precariedade”.
Os estágios decorrerão durante um ano e a sua remuneração será semelhante aos programas inov-jovem (dois salários mínimos e ajudas de custo.
Quanto ao processo de recrutamento e selecção será criada uma página de internet de forma a simplificar todo o processo.

Será que é desta? Todos sabemos que o futuro de todos estes estagiários é incerto, mas esta pode ser oportunidade que faltava…


Até breve!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Até parece que tem Asas...




Dinheiro, rendimento, salário, ordenado, vencimento…tanto faz, porque no final todos eles se resumem a nada. Não passam de uma sensação imediata de poder…que num abrir e fechar de olhos desaparece sem darmos por isso.

Como é fantástico o momento em que encaramos a ATM de frente, olhamos para o cartão multibanco e pensamos “finalmente, é hoje”. Respiramos fundo, colocamos o código, depois pedimos o movimento da conta e lá está ele…o reflexo de um árduo mês de trabalho. Ficamos contentes por breves instantes, mas logo a seguir é hora de fazer contas à vida. Casa, Carro, seguros, escolas, água, luz…despesas que nunca mais acabam. E mesmo os que vivem com os pais mal conseguem juntar uns trocos para o futuro. Futuro esse cada vez mais distante.

Esta é a dura realidade de uma geração que conta os tostões para fazer face às necessidades do dia-a-dia. Que anseia todos os dias pela chegada do fim do mês…ele chega e é hora de pensar no próximo. É esta a angústia que alimenta o pessimismo nacional…e se para nos conformarmos recorremos à célebre frase “ o dinheiro não trás felicidade”, também nos apercebemos rapidamente do quanto a nossa vida é cáustica sem ele.

É triste mas é verdade…

Geração 500…mais do que uma realidade, um estilo de vida.


Até breve!

sábado, 21 de novembro de 2009

Recibos Verde: Antes da dívida temos direitos!

Os falsos recibos verdes é hoje uma realidade. Uma realidade verdadeiramente consentida. A ilegalidade que a caracteriza é cada vez mais”aceite” numa sociedade onde a precariedade do mercado de trabalho é um verdadeiro facto. Existem actualmente cerca 900 mil falsos recibos verdes…trabalhadores “a desempenhar funções permanentes, com horário, local de trabalho e hierarquia reconhecíveis, mas sem qualquer contrato ou reconhecimento de direitos”. Trabalhadores que se vêem obrigados a deixarem para trás as suas contribuições para fazerem face às vicissitudes do dia-a-dia. Mas quando menos esperam as dívidas batem-lhes à porta, e com ordenados normalmente baixos, é difícil contornar a situação. Um verdadeiro efeito bola de neve.

A luta “Antes da dívida temos direitos” saiu à rua ontem para dar a conhecer a petição à A.R e obter algumas assinaturas. Esta é uma iniciativa que o “Do outro lado da linha” tem estado acompanhar e a divulgar a todos os seus leitores. Os operadores de call center são em grande medida vitimas deste sistema…de um sistema que os afasta da legalidade e torna cada vez a sua função depreciada.

Visitem o site http://www.antesdadividatemosdireitos.org e deixem a vossa assinatura.

O nosso grito solitário pode não causar incomodo…mas a força de todos nós vai certamente causar impacto.

Até breve!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A luz ao fundo do túnel?...


Na verdade a realidade dos recibos verdes é algo que me transcende. É muito difícil falar e avaliar uma experiência que não vivemos. Mas a subcontratação é para mim um facto. Desde Abril de 2008 que estou a trabalhar neste regime, e apesar de ter um contrato razoável, a insegurança e a instabilidade financeira têm sido uma constante. Enviar currículos, ler anúncios, e concorrer a concursos públicos já se tornou praticamente um verdadeiro hobby.

No início a esperança corre-nos na veia e temos vontade de percorrer o mundo à procura do emprego ideal. Depois surgem as entrevistas…o entusiasmo ocupasse de nós e parece que vamos vencer tudo e todos. Mas depois a recusa, a indiferença e a falsa esperança deixa-nos completamente de rastos. Primeiro é porque és muito nova, depois é porque tens pouca experiência, depois habilitações a mais, depois habilitações a menos….depois depois depois, e parece que nunca chega a nossa vez.


Concordo plenamente quando dizem que existe por aí pessoas que não procuram trabalho, procuram emprego. Concordo quando criticam os seres acomodados ao seu posto de trabalho, e que apesar das lamúrias não fazem nada para mudar. Mas discordo quando utilizam estes argumentos para caracterizar toda uma geração. Uma geração que estudou e que dia após dia vê o seu sonho a esvaecer no tempo.

Mas também é verdade que não basta um curso, é preciso haver carácter, determinação e espírito de sacrifício. Só assim é possível conseguir pequenas vitórias. No entanto, existem factores pessoais que, por vezes, interferem nas nossas escolhas de uma forma dissimulada. E quando menos esperamos já traçámos o nosso caminho. Depois paramos para pensar, e lamentamos não ter arriscado…

Até breve!

Festa de Lançamento da Petição A.R.


A Petição à Assembleia da República continua na ordem do dia. Os Precários Inflexíveis, a FERVE (Fartos/as d'Estes Recibos Verdes), a Plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e do Audiovisual e APRE! (Activistas Precários), pretendem reunir milhares de assinaturas para combater as injustiças nas contribuições para a Segurança Social dos trabalhadores a recibo verde.

O movimento contra a precariedade vai organizar na próxima 6ºfeira, dia 20 de Novembro, o lançamento da petição. Este terá lugar no Espaço Interpress, no Bairro Alto em Lisboa, a partir das 21h30.

O principal objectivo da festa será divulgar o texto da petição e recolher assinaturas. Mas não vai faltar música, animação, bancas das associações e movimentos, exposições e ainda vai haver oportunidade para assistir actuação dos Dj Nuno Lopes e Dj Mute.
Não deixem de estar presentes…participem e divulguem!

Até breve!

domingo, 15 de novembro de 2009

Basta Assinar!


Somos Precários, mas temos uma voz…e essa voz só precisa de força para chegar mais alto.

Neste momento está a decorrer uma petição na internet que apela à discussão de temas como a precariedade e as irregularidades no código de trabalho. O objectivo é conseguir que a nossa voz chegue Assembleia da República. E quem sabe constituir uma instituição capaz de punir severamente os infractores.

Eu já assinei…dêem o vosso contributo e façam o mesmo.

Até breve!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"ATENÇÃO!!Não façam isto em casa..."

Muito bom! Nunca se sabe realmente o que está do outro lado da linha. Mas vendo o vídeo até parece fácil ser operador de call center. Mas engana-se quem acha que trabalhar no apoio ao cliente é apenas atender telefones. É muito mais do que isso. É conhecer o problema de quem está do outro lado, é perceber a sua verdadeira inquietação…é ser realmente eficaz.

Até Breve!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Como será o amanhã?


O futuro é algo incerto, algo que jamais conseguirei prever, algo que se perde com o tempo...é simplesmente algo.

Por vezes gostava de ser vidente e saber o que vai acontecer amanhã, saber onde vou estar daqui a 10anos, ou simplesmente o que a vida me reserva…mas não sou! Infelizmente não fui dotada com esta capacidade, mas também se assim fosse a vida perdia toda adrenalina do momento.

O tempo passa e a nossa vida muda…nada é estanque, nada perdura. A vida é assim, uma constante mudança. Mas mesmo sendo um facto, nem sempre é fácil.

Quando somos crianças tudo parece simples, a vida é perfeita e todas as mudanças que surgem são motivos de comemoração. Significa que estamos a crescer. Mas quando crescemos deparamo-nos com a realidade das opções, em que tudo é uma escolha. E chegado esse momento tudo é um drama. Depois ganhamos a noção que o amanhã é mesmo incerto…então é o caos.

Trabalhar num call center para mim nunca foi uma opção, mas sim uma necessidade de última hora. Necessidade essa que com o tempo se tornou um desafio. É que ao contrário do que eu pensava é possível aprender, todos os dias, numa central de atendimento. Não me esqueci de procurar emprego na minha área de formação, muito pelo contrário, mas comecei a olhar seriamente para esta área como uma solução. O que em tempos foi uma saída, hoje tornou-se uma frecha aberta de uma janela que pode ser o meu futuro. E que eu jamais posso deixar fechar.

Mas tudo se complica, quando o certo e adquirido se torna questionável. A empresa que represento enfrenta, actualmente, uma serie de mudanças a nível estrutural que vão definir o futuro de cerca de 20pessoas. A ansiedade é uma constante e todos querem saber o seu destino, principalmente quando o desemprego pode ser uma realidade. Quando se fala de pessoas que vivem com 500euros mensais, o desemprego não é de todo uma boa solução. E quando surgem estas previsões sofre tudo por antecipação. Desta forma é muito difícil manter uma equipa motivada, é que por todo o lado se respira inquietação. Porem só nos resta esperar…e aguardar que a “decisão suprema” dite o nosso próximo passo.

Mas gosto de acreditar que apesar do futuro ser incerto nada acontece por acaso…
Até breve!

domingo, 8 de novembro de 2009

"Bons Samaritanos"


“Ter 70 por cento dos ‘call centers’ fora dos grandes centros urbanos de Lisboa e do Porto (…) é mais rentável para a empresa, uma vez que nas grandes cidades o trabalho em ‘call centers’ é visto como trabalho temporário, o que acarreta maiores custos com a formação”.


Porque será? Será que o problema é meramente geográfico? Ou estão simplesmente atirar-nos areia para os olhos? A mim parece-me uma tentativa forçada de culpabilizar o elo mais fraco. Mas isto também sou eu a divagar…

Esta fantástica frase foi retirada de uma notícia publicada no Jornal Reconquista de Castelo de Branco*. O Presidente não executivo da PT, Henrique Granadeiro, volta a presentear-nos com mais uma boa nova. Nova como quem diz…a amplitude é que é diferente. Segundo o Sr. Presidente a PT vai elevar o número de postos de trabalho , não apenas na nova estrutura do Funchal, mas também nas actuais centrais de atendimento de Castelo Branco e Évora.
Assim até nos fazem acreditar que a taxa de desemprego vai diminuir, e o governo vai atingir os seus objectivos. Mas não nos deixemos iludir por frases feitas, nada é por acaso. É que o representante da empresa esqueceu-se de dizer que o trabalho é temporário porque grande parte destas empresas estão associadas a Empresas de Outsourcing. Empresas essas que nos fazem sentir produto descartável, produto barato e de fácil devolução.

Sim é temporário, mas mais do que isso…é precário. Dois conceitos simples mas com um casamento perfeito.

Mas garanto-vos que esta desresponsabilização com os trabalhadores só se torna mais barato para empresa. Para além disso as condições que nos apresentam só podem fazer com que o trabalhador permaneça o menos possível…existe sempre a saciedade pelo melhor. Recibos verdes, contratos precários, prémios ilusórios, progressão zero…assim ninguém tem futuro.

Vamos ser realistas, não será fora das metrópoles que os operadores de call center vão conseguir ordenados dignos, muito menos um trabalho para a vida. A única razão pela qual esta empresas migram para outras cidades, que não Lisboa e Porto, tem a ver com os benefícios que as autarquias disponibilizam para criação de emprego. Tudo é uma questão de interesses, nunca duvidem disso…Sinceramente, concordo com estas iniciativas de criação de novos postos de trabalho fora das grandes cidades. Mas não misturemos as coisas porque esteja onde estiver o conceito do call center não vai mudar...para isso é necessário mudar as mentalidades. E ainda estamos longe disso…


Até breve!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A caminho do (Des)Emprego



Parece que já estamos a criar novos postos de trabalho. Isto é que é pôr mãos à obra! Não percebo porque há tanta gente chorosa espalhada por este Portugal fora. Será que é por estarem a encerrar tantas empresas? Será que é por haver centenas de pessoas na rua, depois de tantos anos de dedicação? Não me parece, até porque sempre ouvi dizer "quando se fecha uma porta abre-se uma janela". É que por mais antagónico que seja os Call Centers são as poucas Janelas abertas numa sociedade de portas seladas. Numa sociedade onde a crise é uma constante, muitas empresas não aguentam a pressão e abrem falência. Outras, por ventura, procuram novos mercados mais competitivos e com mão-de-obra mais barata. É a fantástica lei da oferta e da procura. Neste contexto aparecem os Call Centers , mas mais como tentativa frustrada do nosso Primeiro Ministro de ilustrar São Sebastião, do que propriamente salvar o país de se perder no nevoeiro.

Na passada terça-feira o site "negócios online"* noticiou a abertura de mais um centro de atendimento (call center) no Funchal por parte da Portugal Telecom. O Presidente não executivo da PT apresenta a estratégia de descentralização dos centros de atendimento, Só é lamentável que estas empresas não sirvam para culminar o desemprego de grande duração. É que a precariedade laboral continua a estar relacionada com os mais jovens…aos mais velhos resta apenas o desemprego…

Até breve!



terça-feira, 3 de novembro de 2009

"O Dedão de Aço"

Se pensavam que os operadores de call center não tinham um anjo da guarda enganam-se. Algures em solo brasileiro existe um menino chamado Akira que se tornou o protector de todos os operadores. Vejam com atenção a historia do "Dedão de Aço", porque tou a pensar divulgar o video. Brincadeirinha! Mas quem sabe se assim os clientes não pensam duas vezes antes de nos ofenderem.

Até breve!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

(Tentativa de) Ligação à Saúde



Sempre fui da opinião que a crítica deve ser construtiva e como tal deve ser analisada com sensatez. É muito fácil para nós dizermos que não gostamos de um determinado serviço, e ainda é mais fácil imputar a responsabilidade de um mau atendimento a uma única pessoa. Mas é necessário viver e conhecer as situações para que possamos dar o nosso parecer, e quem sabe criticar e criar soluções.

Até este fim-de-semana não tinha tido nenhum contacto com a linha Saúde 24, mas já tinha ouvido várias criticas a seu respeito. Tinha realmente noção que ela existia desde 2007 e que surgiu de uma iniciativa do Ministério da Saúde com o objectivo de responder às necessidades manifestadas pelos cidadãos em matéria de saúde. Esta linha segundo o que aporei disponibiliza Triagem e Encaminhamento; Aconselhamento Terapêutico; Assistência em Saúde Pública, Informação Geral de Saúde. Mas com o aparecimento do vírus da Gripe A (H1N1) e do alerta de epidemia esta linha ganhou maior visibilidade.


Como operadora de Call Center tenho noção que nem sempre é possível encaminhar correctamente o cliente, não por falta de vontade mas por existir procedimentos internos que limitam o bom desempenho dos operadores. Mas nem sempre é fácil aceitar determinadas falhas quando estamos do outro lado da linha. Mesmo nós operadores que lidamos com estas situações todos os dias e somos solidários com os nossos pares, temos fraquezas quando nos toca a nós.


No sábado passado comecei a sentir-me cansada e com leves dores de cabeça, durante a noite passei mal e no Domingo quando me levantei estava com 38 de febre. Durante o dia os sintomas aumentaram, nomeadamente a febre, ao ponto de não me conseguir levantar. Apesar de não ser muito alarmista é difícil ficar imune ao mediatismo da Gripe A, e tendo em conta que trabalho num Call Center achei melhor ligar para a Linha de Saúde 24. Fiz uma primeira tentativa onde tive contacto com consola e escolhi a opção 2 para saber se tinha sintomas de Gripe A, mas fiquei durante largos minutos a ouvir uma música desconcertante. Após alguns minutos de espera resolvi desligar e fazer nova tentativa. Desta 2ºvez fui rapidamente atendida por um enfermeiro que tentou enquadrar os meus sintomas com o quadro do vírus H1N1. Esta chamada durou cerca de 15minutos. Tive alguns momentos em espera e tudo isto para me encaminhar para o centro de saúde mais próximo. Pediu-me apenas que levasse a mascara e que informasse o profissional de saúde que tinha ligado para a saúde 24.


Até aqui tudo bem, o pior veio depois. Fui até ao centro saúde onde tive de aguardar no carro até que pudesse entrar. Quando me foi dada essa autorização entrei no edifício, e encaminhada por um segurança fui até uma sala onde aguardei pelo médico. Depois a partir daí foi sempre a piorar, para além das piadas que se contava no corredor ainda ouvi comentários como “vem aí mais um mascarado”. E para tornar a situação mais insólita a médica era completamente histérica e contra os extremismos do vírus da gripe. Para além disto não houve as mínimas condições para ser avaliada, pois nem estetoscópio havia naquela sala, uma autêntica vergonha. Após meia hora de confusão naquele consultório consegui ser consultada e chegou-se à conclusão que era uma faringite aguda, que nome mais pomposo para uma doença que me levou à cama.


Não acuso o enfermeiro da saúde 24 que tentou fazer o seu trabalho, mas critico o serviço que não encaminha os utentes da melhor forma. Por acaso não estava infectada, mas se tivesse como seria justificado o fraco atendimento. E pergunto-me para que serve uma linha destas se não consegue canalizar adequadamente os utentes. Não digo que não sejam capazes de prestar informações de saúde, mas quando falamos de questões tão mediáticas como a gripe A temos de ter cuidado com o encaminhamento dos doentes. e sinceramente acho que os serviços nãos estão de todo a ser eficazes, a todos os níveis. E não me venham com o discurso moralista dos exageros, pois é mais do que normal que as pessoas estejam preocupadas. Todos os dias somos bombardeados com informações sobre a gripe, e cada vez é mais difícil estar imune a tudo isto. Se nos mostramos preocupados. ligamos e tomamos todas as medidas para evitar o contagio estamos a exagerar, se não ligamos e não tomamos qualquer medida somos negligentes. Decidam-se então porque assim ninguem se entende...


Até breve!