Geração Perdida

Vivemos momento difíceis…momentos de autêntica recessão. Somos a geração da incerteza…a geração do Carpe Diem por imposição.

Um estudo realizado pela organização não governamental Prince´s Trust no Reino Unido revela as consequências drásticas do desemprego e do trabalho precário nos jovens entre 16-25anos. Em Portugal não existe estudos a este nível mas há indicadores que nos levam a crer que o Reino Unido não está sozinho nesta angústia.

Todos os dias deparamo-nos com a geração 500, com um elevado número de jovens que apesar dos seus cursos académicos tem de se sujeitar a ordenados miseráveis para fugir ao desemprego. O maior exemplo desta realidade é os Call Centers que contratam jovens a termo certo, e muitas da vezes a recibos verdes, por pouco mais do ordenado mínimo.

Segundo o artigo divulgado no “Público” cada vez existe menos jovens. “Em 1999, segundo o Instituto Nacional de Estatística, eram 3,1 milhões - 48 por cento tinham entre 15 e 24 anos (1,5 milhões). Em 2008, eram menos 327 mil. E o grosso da contracção (295 mil) verificou-se naquela faixa etária.” E apesar de ser uma geração muito mais escolarizada o mercado trabalho conseguiu absorver mais jovens nas gerações anteriores. Porem esta não é uma depressão vivida apenas pelos universitários, também os jovens menos qualificados sofrem com o encerramento de várias empresas.

Cada vez mais se fecham portas e são muito poucas as flechas nas janelas. Pensar em constituir família, ter casa e filhos é uma realidade longínqua para muitos jovens, vivem o dia-a-dia na esperança de um emprego precário (a única forma de sobreviver num mercado de trabalho cada vez mais fechado).

Neste artigo, Sofia Marques da Silva da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, explica que "Apesar de não nos definirmos só pelo que fazemos, o trabalho desempenha um papel fundamental na construção do eu". Mas como ninguém trabalha para “aquecer” a remuneração é fundamental para atingirmos os nossos objectivos e planear o nosso futuro.

Sinto-me cada vez mais perto desta Geração…e longe do meu futuro!

*http://www.publico.pt/Sociedade/a-geracao-que-esta-agora-com-1625-anos-estara-perdida_1417062

Até Breve!

Palavras Soltas

Fecho os olhos, ainda sinto o cheiro…

O cheiro de uma sala que me consome.

Que me fadiga…que me torna mais fraca a cada dia.

Após uma semana árdua de trabalho, só quero estar aqui…

Acomodo-me num espaço meu, coloco aquela música e deixo-me levar.

Preciso deste momento para conseguir voltar de novo…

Sempre tive a plena noção que Janeiro era um mês longo… que depois dos excessos do Natal as carteiras vazias não suportavam um mês de angústias. Mas desta vez é diferente. Continuo sem dinheiro é certo, mas agora não é apenas a minha carteira que está a ceder…é o meu corpo. Os dias são longos, o trabalho pesado…as horas arrastam-se, e apesar do esforço de uma equipa parece não haver luz ao fundo da “cave”. Todos nós sabemos que esta será uma fase, que terá um fim…e provavelmente bons resultados. Mas até lá o percurso é longo…mais horas, mais chamadas, mais reclamações…mas provavelmente menos perspectivas.

Até Breve!

Chuva de Estágios

Este é o ano dos Estágios. Parece que o nosso Governo está empenhado em diminuir o Desemprego, mesmo que seja provisório. Não me pronuncio em relação a estas medidas a longo prazo, pois todos sabemos que no final de um ano são muito poucos aqueles que assinam novo contrato. Mas por enquanto é uma forma de manter os desempregados ocupados e os precários motivados.

No passado dia 12 de Janeiro foi lançado o Inov-Social, um programa de estágios profissionais na economia social e em entidades culturais. Segundo a ministra do Trabalho vão ser colocados, por ano, mil jovens com nível universitário em instituições sociais, como Misericórdias e IPSS. Os estagiários terão direito a uma bolsa de 840euros por mês.

Mais informações em www.inovsocial.gov.pt.

Até Breve!

"Quimera"

A procura por um emprego melhor, por uma vida mais estável é uma constante. Todos nós vasculhamos jornais e esmiuçamos a internet na busca de uma oportunidade.

Quando terminei o curso acreditei que uma vez cá fora tudo seria mais fácil. Durante o primeiro mês vivi na ilusão de uma nova oportunidade. Mas passaram alguns meses, e nada surgiu...a frustração apoderou-se do meu ser. Senti-me impotente e totalmente incapaz. Ao final de dez meses arranjei um emprego, um trabalho digamos assim…onde o headset tem sido o meu instrumento, a minha ferramenta…o meu companheiro.

Após dois anos (aproximadamente) aqui estou no mesmo local, mas diferente. Cresci, tornei-me forte e capaz…e apesar de estar longe dos meus sonhos, das minhas realizações e das minhas ambições. Estou aqui. Mesmo que esta experiência um dia faça parte do passado (e fará certamente) …valeu a pena. Mesmo os dias caóticos, as más disposições, as exigências, as incertezas e as frustrações…serviram para me tornar naquilo que sou hoje.

A carteira, essa, contínua vazia…mas a experiência continua a marcar pontos.

Até Breve!

O Desabafo - parte IV

Depois de muitas horas ao telefone é bom chegar a casa e descansar. ..

Sinto-me totalmente entupida de informação e completamente sugada pela exaustão. É nestes momentos que paro para pensar, e pergunto - Será que vale a pena? Respiro…sinto-me leve, a minha consciência deixa-me tranquila. Sinto que todo o meu esforço e dedicação faz me crescer…torna-me profissionalmente mais eficaz. Se o meu futuro não passar por aqui…sem dúvida que todos os momentos de “puro nervo” passados ao telefone farão parte de uma enorme bagagem de “gestão de conflito”.

Nestes dias apetece-me sair à rua e gritar - “Sou Grande, Sou a Maior”. Garanto-vos que não estou a ler nenhum livro de Auto Ajuda, mas às vezes um exercício de auto-estima não faz mal a ninguém.
Mas o que sabe mesmo bem é encontrar um daqueles vídeos no youtube que nos faz rir. Principalmente quando o tema é Call Center. Mais cómico é ver o que leva o desespero de um cliente quando não consegue contactar uma linha de apoio ao cliente. Pode mesmo ultrapassar o ridículo.

Eu por mim acho que a Srª Maria devia ligar era para o Goucha, ele não é o embaixador das causas perdidas?

Até Breve!

O Caos…

Uma Cave…Luz Artificial…e cerca de 17 pessoas à beira de um ataque de nervos. Que vos parece? A mim um verdadeiro filme de terror.

Chovem chamadas, ouvem-se vozes tempestuosas…e de seguida um verdadeiro tsunami de reclamações.

Não, não…não deixei de ser operadora para passar a actriz de cinema, nem muito menos estamos em 2012 em pleno holocausto. Simplesmente faço parte de um grupo de pessoas que sofre na pele as mudanças da empresa para quem trabalha.

A Companhia ampliou significativamente a sua carteira, o que se traduziu no dobro das chamadas. Consequentemente mais clientes, mas produtos, mais sinistros e mais dores de cabeça. E tudo isto com pouco mais de 10 assistentes. E como é muito difícil fazer “omeletas sem ovos “, este acontecimento tornou-se num verdadeiro pesadelo. Mas segundo consta irá ser aplicado o “Plano de Emergência”, parece que vamos lançar aos bichos os novos caloiros da linha.

O facto é que sempre ouvi dizer que depois da “Tempestade vem a bonança”, agora resta saber quanto tempo irá durar…até lá, os verdadeiros sobreviventes continuam a queimar fusíveis.

Até breve!

2010! Quem sabe um ponto de partida…

Sempre ouvi dizer Ano Novo, Vida Nova…Mas será? Sinceramente espero que não, para mim basta diferente. Mais sonhos, mais expectativas e principalmente mais concretizações.

Quando penso em 2009 vejo um Ano de perdas, de desilusões e de angustias…

Mas depois da Passagem do Ano, do enterro das frustrações e da planificação de novos desafios é hora de seguir em frente. Remar em direcção a um futuro, mesmo que para isso seja necessário mergulhar em ondas profundas.

Para os Amigos de Luta, para os Amigos de Ideias, para os Amigos Precários, simplesmente para os Amigos… Um 2010 cheio de Momentos Felizes!

Até Breve!