Quando somos crianças pensamos que tudo é fácil e que o mundo lá fora nos espera de braços abertos. Mas quando crescemos e nos tornamos jovens adultos deparamo-nos com uma realidade completamente distorcida. E a ideia que tínhamos do mundo encantado é completamente destruída. No entanto pergunto-me, este mundo tem o direito de nos moldar à sua imagem? Não, mas molda sem dó nem piedade. Até podemos continuar a ser puros e verdadeiros mas mais tarde ou mais cedo essa nossa sinceridade vai ser usada contra nós. É nestes momentos que pensamos se vale a pena dizermos tudo o que nos vai na real gana. Na verdade é que nem sempre as nossas palavras têm a interpretação mais digna.
Quando começamos a trabalhar pela primeira vez tudo é novidade, mesmo que não seja o nosso emprego de sonho damos o melhor de nós. Mas com o tempo vêem as desilusões, as incertezas, as frustrações e até mesmo a queda das expectativas . Depois de batermos bem lá no fundo é hora de levantar a cabeça e continuar a caminhar.
Ainda me lembro da minha entrevista, completamente surreal, mas a formação foi fantástica e o espírito de equipa foi notável. E passado um ano e meio, lá estamos nós (mais um menos um) companheiros de luta, sempre prontos para mais um obstáculo. Porém é esta luta que me preocupa. Todos os dias me debato com os problemas dos Call Center (garanto-vos que não é apenas aqui no blog), esquecendo mesmo o meu papel de simples Operadora. Continuo espontânea, e por vezes não penso nas consequências das minhas palavras…digo o que tenho a dizer sem receios das penalizações. Mas quando paro para pensar…receio os efeitos de todas as minhas observações.
Será que na verdade estou a defender os interesses e bem-estar da minha equipa, ou estou apenas a descarregar as frustrações de uma socióloga transformada em operadora? A resposta é fácil quando nos entregamos totalmente aquilo que fazemos...
Até breve!